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TI MUNDURUKU / PARÁ

A Terra Indígena Munduruku fica no extremo sul do estado do Pará, na tríplice divisa entre Pará, Mato Grosso e Amazonas. Banhada pelo Rio Tapajós e seus afluentes, a TI Munduruku é uma das áreas com maior registro de invasões de garimpeiros ilegais do Brasil. Debaixo daquelas terras existe a província aurífera do Rio Tapajós, a maior mina de ouro do mundo. Desde 2016, indígenas viram suas aldeias serem invadidas pela mineração ilegal. O desmonte dos órgãos de fiscalização ambiental encorajou garimpeiros a adentrar a Terra Indígena com maquinário pesado.

 

O garimpo de aluvião e seus métodos artesanais pouco-a-pouco foram substituídos por tratores, escavadeiras e pás mecânicas. Em menos de uma década, o Povo Munduruku assistiu perplexo à destruição da floresta, à contaminação dos rios e da biodiversidade. O mercúrio, ou azougue, usado pelos garimpeiros para separar o ouro dos sedimentos, é um metal pesado altamente tóxico para os seres vivos. A longo prazo, o consumo da água e do peixe contaminados causa paralisias mortais nos seres humanos. 

A atuação do PROJETO BIGUÁ no Médio e Alto Rio Tapajós começou em novembro de 2022. Quando estivemos com lideranças do Povo Munduruku em Jacareacanga e Itaituba para traçar estratégias de atuação na região. Com a parceria do Coletivo Audiovisual Wakoborün desenvolvemos um projeto de documentário dirigido pela cineasta indígena Cleu Kaba Munduruku e produzido pelo nosso coordenador comunicação, Patrick Granja. O filme recebe o nome da Associação de Mulheres do Alto Tapajós: Wakoborün: As Mulheres Guerreiras.

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Quando esteve na região do Alto Rio Tapajós, Patrick produziu as primeiras imagens do documentário de forma colaborativa em oficinas de cinematografia e monitoramento territorial com integrantes do Coletivo Wakoborün. Essas atividade contam com a parceria do Ministério Público Federal e todas as evidências coletadas são entregues em forma de relatórios a procuradores em Santarém.

Cleu vive na Aldeia de sua mãe, a Fazenda Tapajós. Em 2021, a Aldeia foi invadida por garimpeiros que torturaram indígenas e saquearam as malocas, levando ferramentas importantes como fornos de farinha, geradores e moedor de café. Posteriormente, um crowdfunding empreendido pelo Projeto Biguá reuniu recursos para reposição dos itens roubados. Com a doação, indígenas voltaram a produzir o café, farinha de mandioca e guaraná, itens fundamentais à sobrevivência da Aldeia.

Desde o início de nossa atuação na região, o Professor Octavio Ferraz presta suporte jurídico às lideranças do Povo Munduruku em ações de responsabilidade civil, dentre outras demandas especiais. Nesse período, também produzimos uma ampla reportagem sobre o garimpo ilegal na região, escrita pelo jornalista Luis Patriani e publicada pelo portal Sumauma.com em fevereiro de 2023. 

LINK: https://sumauma.com/todo-mundo-contaminado-mercurio-criancas-velhos-gravidas-terra-indigena-munduruku-aldeia-kato/

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